segunda-feira, 7 de abril de 2008

Retrocesso e perda

Acabei de saber -- e através de terceiros -- sobre a saída do jornalista Mário Magalhães (foto à esquerda, de Ana Carolina Fernandes, da Folha Imagem) do cargo de Ombudsman da Folha de S. Paulo. As colunas, postadas por ele no site da Folha Online, deixarão de existir, como afirma o Observatório do Direito à Comunicação (leia a nota e a última crítica de Mário aqui). Na capa da Folha, ou na página da coluna, nenhuma mudança foi publicada até as 8h da manhã desta segunda-feira (7), sendo que o Observatório colocou a notícia no ar no domingo (6).

A notícia é triste por já ser uma perda em si. Os textos dele me serviam de fonte para este blog e outras atividades e, particularmente, gostava muito de ler o que ele escrevia, acredito que ele fazia um bom trabalho. Mas o fato é ainda pior quando se observa o porquê de sua saída: segundo o Observatório, Mário deixou o cargo e encerrou sua permanência de um ano na função porque a Folha teria feito a exigência de que suas críticas não fossem mais publicadas on-line.

Uma perda em todos os sentidos, e um retrocesso, um atraso, uma venda nos olhos. A Folha abre mão da transparência e condiciona os leitores a não saber dos seus erros e acertos -- "os comentários produzidos pelo ombudsman durante a semana só poderão ser conhecidos por audiência restrita, de funcionários do jornal e da empresa, que os recebe por correio eletrônico. Os leitores perdem o direito", escreve o ex-ombudsman na sua última crítica. Mário Magalhães não concordou com a exigência e saiu. Em defesa do bom jornalismo, sua atitude não poderia ser outra. Quem perde, em todos os aspectos, é a Folha.

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