É de se achar estranho porque uma estudante de Jornalismo que se propõe a analisar coberturas jornalísticas não tenha falado até agora do fenômeno (em todos os sentidos, inclusive o epistemológico, do termo) Caso Isabella. Minha preferência foi analisar o caso durante todo o mês para formar uma opinião mais globalizada e contextualizada, não de momento. O resultado de meu olhar está na Grande Imprensa, na edição de abril da Coluna Metalíngua na Imprensa. Confira um trecho:
"O que parecia ser mais uma menina morta – se bem que a morte de uma criança, por si só, não é qualquer coisa – se tornou um caso de comoção nacional. Ninguém sabe muito bem quando isso começou, ou o porquê; só se sabe que, desde aquele dia 29, não houve um telejornal, boletim de rádio, site ou jornal impresso que não falasse da morte da menina. Mesmo que fosse pra dizer que não há novidade alguma.
O caso também serviu para exibir uma população bárbara, sedenta de sangue, metida a justiceira e que adora uma câmera. Para aparecer e para colocar para fora os seus demônios, centenas de pessoas se deslocaram de suas casas para a delegacia onde estavam presos Alexandre e Ana Carolina Jatobá e gritavam “assassinos! Monstros! Covardes! Justiça!”. Ao mesmo tempo, jogavam objetos contra o carro onde estavam os dois, empurravam o veículo para lhes ameaçar a integridade física, lhes desejavam a morte. Bárbaros como o(s) assassino(s) da menina, mas só muda a proporção. Houve quem pegasse dois ônibus e um metrô – ou seja, cruzar São Paulo – só para assistir à movimentação da delegacia. Lamentável, mas os jornais adoraram: são os entrevistados perfeitos para falar sobre o caso e causar mais comoção, não?"
Confira a coluna na íntegra aqui.
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