Uma notícia que não se vê, lê ou ouve todo dia. Um jornalista – e de TV – foi preso acusado de tráfico de drogas. A informação esteve presente em todos os grandes portais de notícia na terça-feira (15) e diz respeito a Roberto Cabrini (foto do site Canal da Imprensa), repórter investigativo (e com um lado sensacionalista) recém-contratado pela Rede Record.
Ele foi detido na noite de terça-feira (15), em São Paulo, e levado para o 100º Distrito Policial e, mais tarde, transferido para o 13º DP. Ele estava acompanhado por uma mulher e foram encontrados, no carro do jornalista, 10 papelotes de coicaína. Ele e a Rede Record alegaram que ele estava fazendo uma matéria investigativa – mas, sem equipe, sem câmera e sem carro de reportagem.
Dentre os grandes portais, o Terra foi quem deu a notícia mais completa, falando sobre a delegacia, a acompanhante dele e a relação entre os dois e até falou de um Oscar Maroni feliz com a prisão do jornalista; mas o portal não atualizou a informação até a manhã desta quarta-feira (16).
Enquanto isso, o G1 saiu na frente e já publicou versão do jornalista sobre o caso: Roberto Cabrini alegou ser vítima de armação, com bilhete e tudo. Se o internauta digitar “Roberto Cabrini” na busca do portal ainda encontra mais outras três postagens, dentre elas, uma da Agência Estado que afirma que foram 15 e não 10 papelotes de cocaína, que um produtor e o cinegrafista estavam em outro carro, também descaracterizado, e que a mulher que o acompanhava é Nadir Dias, sua namorada. (Detalhe: nas notícias seguintes o G1 não cita a informação novamente e nem confirma a quantidade de cocaína encontrada; só reafirma, que eram 10 papelotes.
A Folha de São Paulo foi quem deu a notícia mais fraca sobre o assunto, uma nota que não dizia muita coisa e que não foi atualizada depois.
Não se sabe ainda o que, de fato, aconteceu, mas que o flagra não pegou bem, não pegou. E há mais mistérios nos bastidores do jornalismo do que crê a vã filosofia dos espectadores...
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