sábado, 23 de agosto de 2008

Riscos e correções

Nesta semana, uma matéria metalinguística me chamou a atenção no Jornal Nacional. Na última segunda-feira (18), o telejornal exibiu uma matéria em que os correspondentes da Globo ollaMarcos Losekann e Paulo Pimentel foram as mais novas vítimas do grupo político-terrorista Hezbollah. Segundo o JN, eles foram sequestrados e interrogados por integrantes do grupo por cinco horas, além de terem parte do equipamento e cartões de memória dos celulares apreendidos. Eles estavam fazendo uma matéria sobre uma lanchonete no Líbano.



Jornalismo é uma profissão de risco, sempre foi. Há alguns anos, foi considerada como a quinta profissão mais estressante. Imagine, então, o que é trabalhar em caráter investigativo ou em países de constantes tensões bélicas e políticas. Losekann e Pimentel foram, sim, vítimas e, apesar do rosto "aparentemente igual" do repórter ao fazer a passagem sobre o assunto, ele não deve ser mais o mesmo desde o ocorrido.

Ele certamente não vai voltar mais lá. Se é que a Globo vai voltar. A equipe foi exposta, correu sérios riscos -- e não é defendendo ninguém, mas estamos cansados de saber que pessoas como os integrantes do Hezbollah não estào interessados em acreditar no que você diz, ou sequer ouvir. Não é à toa que tanta gente morre por lá.

Não estou por dentro destes acordos, mas, o que será que faz um jornalista aceitar um risco como este, de cobrir países que vivem praticamente em guerra? Amor pela profissão? Um gordo seguro de vida? O cinegrafista ainda foi mais ousado: trocou a fita para garantir que o VT ficasse pronto, e que a Globo não ficasse se a matéria da lanchonete. Operação de risco, já pensou se eles tivessem descoberto antes da equipe saír do Líbano?

Errata

Para esquentar o fato "sem-querer-ter-esquentado", a Globo divulgou uma nota de correção no Jornal Nacional deste sábado. Segundo eles, a iamgem de uma arma utilizada na matéria era ilustrativa, não sendo a que um dos integrantes do Hezbollah utilizou no sequestro dos jornalistas. A culpa seria de um editor de Londres (que vai levar uma chamada...!), por ter esquecido de identificar, no VT, que aquela imagem era de arquivo, apenas um exemplo da arma usada pelo grupo. Assista abaixo ao momento Falha Nossa:

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