domingo, 24 de agosto de 2008

Golden men

Uma pausa nas metalinguagens para uma homenagem.

Minha única madrugada para assistir às Olimpíadas de Pequim foi a de hoje. Apreensiva, fui ver a disputa da final do vôlei masculino entre Brasil e Estados Unidos. Torcia horrores pelos nossos golden boys, mas sabendo que o páreo ia ser mais do que duro.

Tive a honra de ver a despedida de dois grandes jogadores da seleção, Marcelinho e Gustavo, que jogaram majestosamente. Aliás, apesar da derrota, todos jogaram maravilhosamente. União, força, disciplina, visão de jogo, concentração: tudo estava neles, um time pra ficar na história. Não é à toa que são considerados os meninos de ouro do vôlei.

Num país onde só se fala e se enxerga futebol, é altamente significativo enxergar o desempenho dos nossos homens na quadra e no campo. Ainda nos consideramos o país do futebol, mas, só se for o feminino. A turma de Dunga está jogando um futebol medíocre, dentro ou fora das olimpíadas; colocam o técnico como Judas, mas a culpa é comunitária. Boa parte deles não leva o esporte e os brasileiros a sério. O bronze foi mais do que eles mereciam.

Enquanto isso, Bernardinho desenvolve um excelente trabalho. Com sua "neurose", ele, que nasceu para ser disciplinador, fez estes atletas jogarem como nunca. Oito anos de ouro, de crescimento, de um trabalho intenso e incansável que se refletiu nos diversos pódiuns, prêmios e medalhas. O resultado de seu método de comando está nso jogadores. Eles são uma família que não leva trabalho pra casa; cumpre o que tem que cumprir nas quadras, a gente bem vê.

Minha homenagem vai para estes homens brilhantes, que levaram a prata mas que valem mais que ouro (não dá pra fugir do clichê). Sua dedicação, seu trabalho nas quadras nos enchem de orgulho a cada partida; a cada saque; a cada ponto; a cada bola pega lá no fundo, depois de um pique, a cada bloqueio bem-sucedido. Homenageio o pai de tudo isso, aquele que quase também foi posto pra Judas por não ser perfeito. Bernardinho, você é um exemplo de técnico e de homem. Se vai sair, ou não do comando do time, não importa: você já fez história.

No vídeo abaixo, ele fala à Globo sobre o final deste ciclo com os jogadores da seleção brasileira de Vôlei:

Um comentário:

  1. Brilhante texto Ana, agora mais do que nunca percebo que vc tem uma "queda" por esportes e se optasse por essa editoria, teria grandes destaques!
    Quanto aos homens do vôlei, sem comentários. Os caras são demais, não precisavam provar nada a ninguém, já conquistaram tudo o que tinha pela frente: Copa do Mundo, Liga Mundial, Pan, Olimpíadas, queríamos mais o quê? As mulheres do vôlei sim, tinham a semi-final de 2004 engasgada e vinham tendo a fama de amarelonas. Desta vez foram perfeitas. Os EUA estão voltando à hegemonia do voleibol, mas o Brasil, graças aos nossos jogadores e técnicos competentes como Bernardinho e José Roberto Guimarães (campeão com o time masculino em Barcelona-92 e agora com o Feminino em Pequim-08)deu grandes projeções ao país nessa modalidade. Um país como vc bem citou, conhecido mundialmente pelo futebol. Por falar nisso, o Bronze foi muito para uma seleção masculina que jogou pouco. Já as mulheres, lembrou-me a Hungria vice campeã na Copa de 54, Holanda de 74 e 78 e o Brasil de Zico em 82. O que esses times têm em comum? Encantaram com seu talento, mas não conquistaram o título.
    Vixe, falei demais, mas quando escrevo sobre esportes, não páro mais, rsrsrs.
    Bjos Ana e uma ótima semana!

    ResponderExcluir

Meta a língua você também!