segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Regras jornalísticas (sic) sobre o Oriente Médio

Gasto de neurônios. De energia. De vidas. Estão no ar há mais de uma semana as ofensivas recíprocas de Israel X Palestina. A disputa, a guerra, e o egoísmo fazem mais vítimas. Que estresse dos governantes dos dois países que nada; quem sofre mesmo são os civis, muitos que não têm nada a ver com isso e estão mais à frente, querem paz. Uma disputa desigual -- são, até agora, 555 mortos do lado palestino e 5 do lado israelense. E vemos George W. Bush se despedir de seu governo com as mesmas atitudes do resto dos oito anos, pró-bélicas: Israel tem o direito de "se defender". A que preço?

Mais que reproduzir, a mídia internacional assiste a tudo de camarote, reproduzindo discursos das grandes potências. Abaixo, um texto de autoria anônima que recebi por e-mail, e que teria sido enviado por um leitor ao site da Agência Carta Maior. Ele me lembrou um um pouco aqueles discursos radicais, mas tem um generoso fundo de verdade; vale refletir.

Doze regras de redação da grande mídia internacional quando a notícia é sobre o Oriente Médio:

1. No Oriente Médio, são sempre os árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se "represália".
2. Os árabes, palestinos ou libaneses não têm o direito de matar civis. Isto se chama "terrorismo".
3. Israel tem o direito de matar civis. Isto se chama "legítima defesa".
4. Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais comedida. Isto se chama "reação da comunidade internacional".
5. Os palestinos e os libaneses não têm o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isto se chama "seqüestro de pessoas indefesas."
6. Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinos e libaneses desejar. Atualmente, são mais de 10 mil presos, 300 dos quais são crianças e 1000 são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades democraticamente eleitas pelos palestinos. Isto se chama "prisão de terroristas".

7. Quando se menciona a palavra "Hezbollah", é obrigatório que a mesma frase contenha a expressão "apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã".
8. Quando se menciona "Israel", é proibida qualquer menção à expressão "apoiado e financiado pelos EUA". Isto pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.
9. Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões "territórios ocupados", "resoluções da ONU", "violações dos direitos humanos" ou "Convenção de Genebra".
10. Tanto os palestinos quanto os libaneses são sempre "covardes", que se escondem entre a população civil a qual "não os quer". Se eles dormem em suas casas, com suas famílias, a isto se dá o nome de "covardia". Israel tem o direito de aniquilar com bombas e misseis os bairros onde eles estão dormindo. Isto se chama "ação cirúrgica de alta precisão".
11. Os israelenses falam melhor o inglês, o francês, o espanhol e o português que os árabes. Por isso, eles e seus apoiadores devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes 'regras de redação' (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama "neutralidade jornalística".
12. Todas as pessoas que não estão de acordo com as 'regras de redação' acima expostas são "terroristas anti-semitas de alta periculosidade".

Um comentário:

  1. E o pior é que sabemos que muitos seguem esse manual de redação, né Ana...

    Isso sim que é Blog atualizado, não igual o meu, que mais parece um órgão público, trabalha quando dá na telha, kkkkkk (maldade minha)

    Mas eu o atualizei agora, o primeiro texto de 2009 fala justamente desse conflito na Faixa de Gaza, e como deixar de falar?

    Passe lá e deixe seu comentário!

    Bjos e um ótimo 2009 a vc e toda sua família!

    No futebol, espero que o Bahia volte ao seu lugar de origem, a Primeira Divisão e meu Grêmio possa voltar a conquistar a América na Libertadores deste ano. E tem o Foz do Iguaçu Futebol Clube, voltando à elite do Paranaense após 14 anos! É, esse ano promete, hehehehe Sem falar no Massa, será que desta vez sai o título da F1?

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